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O agronegócio e sua importância regional

Data 26/Fevereiro/2019 - 20:48:57h

O agronegócio e sua importância regional Imagem: Google Imagens

Temos acompanhado na última década os recordes de produção de grãos, e o grande avanço nas exportações, e também a conquista do mercado internacional de carnes bovina, carne de aves e carne suína. O entusiasmo do agronegócio está em alta, o que, por si só, tem ajudado fortemente a balança comercial brasileira, gerando, ano a ano, grandes superávits, e aumento da nossa reserva cambial em dólares. Em 2018, o agronegócio rompeu a barreira dos US$ 100 bilhões exportados, representando assim 43% de todas as exportações brasileiras.

Quanto mais animado o empresário do agronegócio, maiores as safras, os volumes e a produtividade, e os records vão sendo batidos. A figura bucólica do produtor rural vem sendo substituída pelo empresário rural, sempre em busca de tecnologias pioneiras e de profissionalismo. Produtividade e competitividade são palavras e atitudes corriqueiras. A evolução tecnológica trouxe grandes ganhos e ao comparar os índices produtivos, podemos notar este grande avanço. Há aproximadamente 10 anos, um boi levava cerca de 4 anos para ser abatido, hoje, já pode ser considerado pronto aos 2,5 anos. Um suíno, para atingir 100 kg, há 15 anos, levava 155 dias, atualmente, consegue este mesmo peso aos 145 dias. Um frango, há 20 anos, atingia 2,5 kg, peso de abate, aos 50 dias, hoje consegue este peso aos 40 dias.

Muitas vezes, passa despercebido, que Feira de Santana está inserida na produção agropecuária e sua importância para a economia regional. Desde sua origem, na fazenda Olhos d’Água, com a passagem de tropeiros, vaqueiros e tocadores de boiadas advindos de várias regiões da Bahia e até de outros estados, direcionados ao Recôncavo baiano e a Salvador, o local passou a funcionar como ponto de pouso e descanso para as boiadas, aproveitando principalmente a margens das diversas lagoas que aqui afloravam. Aos poucos foi se estabelecendo um entreposto comercial e a feira livre, inicialmente para atender aos viajantes, e com isso, surgiram outras formas de comércio, dentre elas a feira de gado, que impulsionaram o crescimento e desenvolvimento econômico e assim nasceu a cidade. A pecuária gerou a atividade comercial e a partir dos anos de 1970, houve a industrialização do município. Feira tornou-se uma metrópole, com grande mercado consumidor e, reforçou seu papel, de maior centro comercial do interior do Nordeste Brasileiro.

A pecuária bovina, base do crescimento regional, é a única atividade presente em todos os municípios Brasileiros e sua produção, no Brasil, cresceu 39% na última década. A região possui 5 abatedouros frigorífico para Bovinos, sendo dois no município de Feira (Frifeira e Campo do Gado), Santa Bárbara (Abatedouro João Santos), Serrinha (Frigoserra) e Riachão do Jacuípe (Frijacuípe), que abatem mais de 10 mil bovinos mensalmente, não somente animais criados na região, e também vindos de outras localidades da Bahia.

Grande parte de nossa região encontra-se no semiárido, que se caracteriza por chuvas com distribuição bastante irregular, baixa umidade e intensa evaporação, resultando num déficit hídrico para a maior parte do ano. Por isto mesmo, nosso clima não é propicio à produção de grãos. Este déficit hídrico tem se agravado muito na última década, e tem levado a bovinocultura, a adotar novas tecnologias, como a utilização de animais geneticamente superiores e o uso de suplementos proteinados e rações. Estas medidas permitem um planejamento para enfrentar os períodos de estiagem, a redução do ciclo de criação e aceleração o ganho de peso, produzindo animais de melhor qualidade de carcaça em menor tempo.

Na Ovinocultura, mesmo sendo a Bahia detentora do segundo rebanho nacional, a atividade tem uma série de desafios a superar. O Frigorífico Baby Bode, instalado em Feira, pioneiro na atividade, abate atualmente 2.000 animais por mês.

A avicultura desenvolvida em nossa macrorregião experimentou um crescimento na ordem de mais de 400 % nos últimos 20 anos. Diversas empresas avícolas estão aqui instaladas, sendo Feira de Santana, Conceição da Feira, São Gonçalo dos Campos, Irará, Coração de Maria, Água Fria e Sátiro Dias os municípios com maior volume de aves alojadas, e temos desde empresas de porte nacional, como a Seara Alimentos, como outras grandes empresas Baianas: Gujão Alimentos, Avigro, Granja Carolina, Granja Tambaú, Globoaves e Mauricéa Alimentos.

No parque industrial avícola, destacam-se: 3 Incubatórios para produção de pintos um dia, 5 modernas fabricas de rações e 4 grandes abatedouros frigoríficos, além de 1 grande Centro de Distribuição. Mais de 6 milhões pintos são alojados mensalmente nas granjas próprias ou parceiras das empresas citadas.

O modelo produtivo é conhecido pela denominação de integração, onde as empresas fornecem os pintos de um dia, toda a ração para criação dos animais, vacinas, assistência técnica e após a engorda das aves, as levam para seus abatedouros.

Na avicultura de postura, os números são mais modestos, sendo produzidos diariamente 200.00 ovos por dia, estando as maiores granjas localizadas em Conceição do Jacuípe (Granja Ipê), Conceição da Feira e Santo Estevão.

Em relação à suinocultura, a região também se destaca na produção baiana, com diversas granjas que produzem, mensalmente, mais de 6 mil animais para comercialização. O frigorífico Campo do Gado abate parte dos suínos produzidos na região. Possuímos um parque fabril com 7 empresas do setor de rações e suplementos para nutrição animal. Dentre os produtos produzidos temos premix, núcleos, concentrados, suplementos e rações para aves de corte e postura, cães, suínos, bovinos, ovinos, caprinos, equinos e peixes.

Com grande potencial, o agronegócio cresceu, implantou sua infraestrutura, tendo como pontos positivos: proximidade de centros consumidores, a logística, a mão de obra capacitada. Para o crescimento continuado, a busca incessante por tecnologias que reduzam o custo de produção, a necessária mudança de visão da sociedade sobre o agronegócio e sua importância para nossas vidas, e que ele continuará a desempenhar um papel decisivo em nossa economia, em harmonia com a preservação ambiental, são pontos importantes.

Que os governantes promovam menos regulamentação e burocracia, para que continuemos a empregar 1/5 da mão de obra deste imenso e vasto país, e, sobretudo, alimentando-o.

Fonte: Resiliência Business – N° 01 – 2019